Refrigerante daqui tem 66 vezes mais substância suspeita de ser cancerígena do que a bebida nos Estados Unidos
Garrafa de Coca-cola: empresa repetiu que o corante usado em todos os seus produtos é seguro
Nova York - A Coca-Cola
vendida em vários países, inclusive no Brasil, continua apresentando
níveis elevados de uma substância química associada a casos de câncer em
animais, e que já foi praticamente eliminada na versão do refrigerante
comercializada na Califórnia, disse na terça-feira o Centro para a
Ciência no Interesse Público, com sede nos EUA.
A entidade disse que amostras da Coca-Cola recolhidas em nove países
mostraram "quantidades alarmantes" da substância 4-metilimidazole, ou
4-MI, que entra na composição do corante caramelo. Níveis elevados dessa
substância foram relacionados ao câncer em animais.
Em março, a Coca-Cola e sua rival PepsiCo anunciaram ter pedido aos fornecedores do corante para que alterassem seu processo industrial, de modo a atender a uma regra aprovada em plebiscito na Califórnia para limitar a exposição de consumidores a substâncias tóxicas.
Em março, a Coca-Cola e sua rival PepsiCo anunciaram ter pedido aos fornecedores do corante para que alterassem seu processo industrial, de modo a atender a uma regra aprovada em plebiscito na Califórnia para limitar a exposição de consumidores a substâncias tóxicas.
A Coca-Cola disse na ocasião que iniciaria a mudança pela Califórnia,
mas que com o tempo ampliaria o uso do corante caramelo com teor
reduzido de 4-MI. A empresa não citou prazos para isso.
Na terça-feira, a Coca-Cola repetiu que o corante usado em todos os
seus produtos é seguro, e que só solicitou a alteração aos fornecedores
para se adequar às regras de rotulagem da Califórnia.
Segundo o CCIP, amostras da Califórnia examinadas recentemente
mostravam apenas 4 microgramas de 4-MI por lata da bebida. A Califórnia
agora exige um alerta no rótulo de um alimento ou bebida se houver a
chance de o consumidor ingerir mais de 30 microgramas por dia.
Nas amostras brasileiras, havia 267 microgramas de 4-MI por lata. Foram registrados 177 microgramas na Coca-Cola do Quênia, e 145 microgramas em amostras adquiridas em Washington.
Nas amostras brasileiras, havia 267 microgramas de 4-MI por lata. Foram registrados 177 microgramas na Coca-Cola do Quênia, e 145 microgramas em amostras adquiridas em Washington.
"Agora que sabemos que é possível eliminar quase totalmente essa
substância carcinogênica das colas, não há desculpa para que a Coca-Cola
e outras empresas não façam isso no mundo todo, e não só na
Califórnia", disse em nota Michael Jacobson, diretor-executivo do CCIP.A FDA (agência de fiscalização de alimentos e remédios dos EUA) está
avaliando uma solicitação do CCIP para proibir o processo que cria
níveis elevados de 4-MI, mas disse que não há razão para crer em riscos
imediatos aos consumidores.Neste ano, um porta-voz da FDA disse que uma pessoa teria de consumir
"bem mais de mil latas de refrigerante por dia para atingir as doses
administradas nos estudos que demonstraram ligações com o câncer em
roedores".A Coca-Cola disse na terça-feira que continua desenvolvendo a logística para adotar o novo corante caramelo."Pretendemos ampliar o uso do caramelo modificado globalmente, para nos
permitir agilizar e simplificar nossa cadeia de fornecimento e os
sistemas de fabricação e distribuição", disse a empresa em nota.Uma porta-voz não quis comentar os custos dessa mudança.
Fonte: Exame.com
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